quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Amores do Colégio


Como iniciar um texto sério, reflexivo, e adulto olhando essas fotos?

Depois de tanto tempo venho aqui escrever no nosso velho e querido diário mais um texto em letras grandes verdes.

E esse, de hoje, é inteiramente e somente pra vocês.

Começaria fazendo uma piada. Bem eu. Mas acho que seria previsível, e deixaria de ser sério.

Então escolho começar falando de como foi bom o que fizemos ontem! 

E aí chegamos na palavra que resume nossa vida. Saudade.

A adolescência nos traz tantas boas lembranças, e aí nos damos conta de que todos os clichês referentes a ela são loucamente reais. 

Ela foi a melhor parte do começo de nossas vidas!

Hoje entendo porque cada saudade que sentimos disso tudo é uma lágrima nova. 

Foi tudo somente e puramente amor!

Ser adulto não é tão ruim. Mas também não é tão bom.

Falta tempo, disposição, dinheiro, gasolina, faltam até os amigos de vez em quando.

Mas o tempo cruel nos faz perceber que nunca nos faltou uns aos outros.

Cada um com seus destinos.

Casados, não casados, quase casados. 

Paixões antigas, novas, desapaixonados. 

Perto, longe. 

Formados, quase formados, desistentes, recomeçando. 

Trabalhando, fazendo bico, desempregados.

Todos ainda sem filhos!

Juntos sorrimos, choramos, cantamos. Perguntamos sobre A, B, e C. Vemos fotos de fulanos e beltranos. 

Olhamos e lemos nosso velho blog. 

Cheio de sonhos.

Relembramos.

Saudamos. 

Longe somos a saudade que mora dentro de cada lembrança. 

E não importa o tempo que passe, 2 ou 3 anos sem se falar. 8 ou 9 anos sem se ver... 

O que é isso diante de uma vida? 

Diante de tantas lembranças? 

De tanta história?


Quanto tempo passe, seremos sempre amores. 


Amores do colégio.


Amores.


Seremos SEMPRE VESTIBOLANDOS!

Pra ouvir depois de ler, ou enquanto lê.





Sorria, você está sendo descrito.

Tantos anos se passaram e esse álbum continua exposto. Na era do Smartphone. Na era da Selfie. Na era do Whatsapp.

Cada texto uma página do álbum. Cada parágrafo uma foto. Cada palavra um elemento da composição. Cada letra um pixel.

E em 2009 eu estava aqui, mergulhado nessas letras, sentindo cada um desses "pixels". Mas cada palavra vinha compor um parágrafo pesado, reflexivo. Eu era vestibular. Na verdade, eu me vestia de vestibular. Mas acho que ainda tinham vestígios de mim por trás da fantasia. 

Em 2010 eu prometi mudar de rumo, persistir, trazer futuro para a primeira página do meu dicionário. Afinal perspectiva deixa a gente leve. 

Em 2011 eu me acostumei com as mudanças, nem me lembro de promessas. A persistência não superou só a inteligência. A consciência e a sanidade também foram postas a prova.

Em 2012 eu rejeitei viver o hábito e me mudei pro frio, inspirei algo que chamei de liberdade. 

Em 2013 eu voltei pulsando mudança, mas tudo em volta ainda era 2011.

Em 2014 eu me inventei errado e caí no hábito de não ser eu.

Em 2015 eu acordo com uma dormência no tornozelo. Uma corrente me prendia. E já era uma corrente enferrujada que eu arrastava e ignorava o ruído por tanto tempo que eu nem lembrava mais. E o objeto velho levou a culpa por eu viver a vida intercalando entre tentativas e fracassos, ano a ano. 

Em 2016 eu abri o cadeado. A chave tava lá em frente àquela porta chamada consciência, em baixo do tapete chamado emoção.

Ainda não joguei a chave fora. Nem a corrente. Afinal é uma corrente longa que já passou por alguns anos e continentes, carregando o que eu chamo de passado mas que ainda está bem presente na memória. 

Quem sabe um dia eu não reciclo todo esse aço. Dá até pra construir uma ponte de hoje até 2021. 

"Onde estaremos aos 30?"
Mas deixa o futuro pra depois.

Cada ano uma renovação dos votos com a vida. Cada mês uma revisão dos planos. Cada dia agindo reativo aos alarmes. Cada minuto sem se dar conta de como o tempo passa tão rápido.